Hoje é dia dos namorados! Já declarou seu amor para seus dados favoritos? Nas Dicas de Mestre de hoje, eu vou explicar como usar o romance de maneira efetiva na sua mesa de fantasia.
Relacionamentos românticos fazem parte da vida de quase qualquer pessoa. Seria estranho que todos os aventureiros do mundo se tornassem assexuais e arromânticos (menos o bardo, mas falamos disso na próxima quarta-feira). É comum que os personagens dos jogadores criem vínculos entre si, ou mais comum ainda, entre os NPCs favoritos deles.
Não a nada de errado em colocar romance numa mesa de RPG. Sua guerra racial baseada na invasão vietnamita no universo medieval fantástico não vai ficar pior por causa de romance. Basta você saber usar o romance como uma peça para a história que você quer contar. É claro, em jogos mais sociais, como Vampiro, a Máscara, um romance é muito mais importante do que na fantasia, mas eu falo sobre isso outro dia.
Existem vários tipos de parceiros românticos para os jogadores, mas eu gosto de enxergá-los de duas maneiras: Protegidos e Capazes.
Protegidos são fracos demais para lutarem de maneira justa contra monstros inimigos. Talvez saibam usar uma ou outra arma simples. Eles estão lá para fazer o aventureiro temer pela vida deles. A morte de um parceiro protegido deve ser narrada de maneira a deixá-la contra o personagem. Eles podem ser utilizados como mentores de certas habilidades que precisem para os jogadores, assim como isca para atrair os jogadores.
(Spoiler da quinta temporada de Brooklyn 99 nesse parágrafo) Um bom exemplo de parceiro protegido seria o marido do Capitão Holt em Brooklyn 99: Kevin Cozner. No episódio 12 da temporada 5, Kevin precisa ser colocado em uma casa segura, e então é sequestrado. Todo o enredo do episódio gira em torno da proteção que o Capitão aplica para proteger seu parceiro protegido.
Capazes têm habilidades minimamente similares aos personagens dos jogadores. O mestre pode fazer a ficha dele, se quiser, ou apenas dar um bônus quando ele está por perto. O parceiro capaz tem o potencial de ser tão ou mais capaz que os personagens dos jogadores, mas é importante que ele seja, inicialmente, mais fraco que eles, ou os jogadores iram usá-lo para vencer como uma arma, e isso não é nada saudável para uma mesa de RPG (ou para o seu relacionamento)
(Spoiler da primeira temporada de Altered Carbon nesse parágrafo) Um parceiro aventureiro que podemos ver na mídia é a maravilhosa Detetive Kristin Ortega. Uma excelente lutadora, perspicaz com suas capacidades de detetive, mas uma ajudante do personagem principal. Adoraria ver uma série da Detetive Ortega como protagonista. Fica dica, Netflix, tem material pra isso.
Parceiros românticos podem ser a motivação, os mentores e os ajudantes dos heróis, mas eles não devem ser os heróis. Os jogadores estão ali porque eles querem ser os feitores de grandezas, não observar seus parceiros o fazendo para eles. O maior problema de usar os parceiros românticos como arma é este. O jogador deixa de ser protagonista. E isso nunca é bom.
Como última nota, não se esqueça de considerar as atitudes do grupo contra o parceiro, principalmente de sua cara metade. Parceiros românticos que são mal tratados podem pedir uma separação ou fugir. Além disso, pode partir do parceiro a vontade de terminar, mas é sempre bom dar uma justificativa para o jogador quando isso acontece. Nem sempre é o que acontece na vida real, mas a diferença da ficção e da vida real é que a ficção tem que fazer sentido.