É inegável a importância literária de Bernard Cornwell e sua saga nórdica Crônicas Saxônicas. Desde sua primeira publicação (em meados de 1998), a obra está sendo a mais bem sucedida do autor inglês desde os seus best-sellers As Crônicas de Artur e As Aventuras de Sharpe.
Em sua 12° edição A Espada dos Reis (publicada recentemente aqui no Brasil) e com o último livro War Lord (já publicado no exterior e sem data para chegar ao Brasil), a história conta a saga de Uthred de Bebbanburg que perdeu sua fortaleza e terras pelos dinamarqueses quando pequeno sendo, logo em seguida, capturado e criado pelos nórdicos. Inclusive o nome do próprio protagonista fictício vem do histórico Uhtred, o Ousado, no qual Cornwell é descendente direto dessa família.
Com uma linguagem simples e de fácil entendimento, com descrições incríveis de batalhas (quem não se lembra da famosa parede de escudos?) e pela real vivência nua e crua dos nórdicos, as Crônicas Saxônicas logo se tornou um sucesso de vendas.
Talvez o trunfo do autor está aí.
Cornwell te coloca ali, no meio da aglomeração da batalha, em meio a palavrões, sangue, suor e lama, ou seja, um realismo elevado a níveis extremos.
Aqui no Brasil é uma das pouquíssimas sagas mais bem sucedidas em termos de continuação, mesmo em meio ao declínio e pessimismo de várias editoras nacionais. Vale lembrar que Cornwell já vendeu mais de 30 milhões de livros no mundo, sendo quase 1 milhão deles somente aqui no Brasil.
Mas Crônicas Saxônicas é isso tudo mesmo que dizem?
Bom, nesses últimos anos houve quase que uma avalanche geek quando o assunto é cultura nórdica. Nunca se produziu tanto sobre o assunto. Desde games, livros de fantasia, rpg e quadrinhos escritos por autores nacionais e estrangeiros, todos mostraram deuses, lugares e simbologia viking por todas as partes do mundo.
Inúmeros filmes apareceram como tema a cultura nórdica, mas séries como Vikings (estreado em 2013) se tornou febre e sucesso de audiência e crítica para que tempos depois, Crônicas Saxônicas ganhasse a sua própria série: The Last Kingdom (O Último Reino) estreando em 2015 e produzida pela BBC.
Há também inúmeras bandas de Metal que se influenciaram, talvez não pela obra em sim, mas pela cultura e riqueza das sagas anglo-saxãs como: Amom Amarth, Vintersorg, Borkanagar, Leaves Eyes e outros que não só falam dos grandes feitos de heróis vikings, mas também dos deuses, lugares e tradições.
Sem sobra de dúvidas, as Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell é uma saga que merece ser lida e relida por todas as gerações de leitores por ser um marco literário histórico mundial, pois como diria Uthred: O destino é inexorável.