Adão Negro chegou aos cinemas com a promessa de mudar a Hierarquia de poder da DC Comics. Mas apesar de termos um The Rock a vontade como o protagonista e algumas cenas de ação inspiradas, o filme não consegue fugir dos clichês preguiçosos.
Os personagens são pouco aprofundados em momentos de exposição nada criativos, os heróis são heróis simplesmente por que sim, enquanto o protagonista passa 2 horas de filme afirmando não ser um, mas sua única atitude realmente antagônica é a de matar caras maus. O roteiro não entra nesses tons de cinza, ficamos só com diálogos fracos, frases de efeito redundantes e alguns flashbacks mal costurados a trama com o objetivo de dar mais peso ao personagem principal mas que no fim só atrapalha o ritmo da narrativa.
E o ruim é que o filme pede por essa conversa mais aprofundada. Tem momentos que certo personagem tem seu ideal de heroísmo confrontado com argumentos plausíveis, mas ao terminar a trama vemos que ele continua com o mesmo raciocínio sem nenhuma explicação pra isso
Sobre a trama principal. Em Khandaq, a arqueóloga Adrianna (Sarah Shahi) tenta localizar a Coroa de Sabbac. Ao conseguir, ela é emboscada pela inter gangue e pra se salvar liberta Teth-Adam (The Rock), um campeão dos deuses de 5 mil anos, que ao acordar destrói tudo em seu caminho. até chamar a atenção de Amanda Waller (Viola Davis em uma rápida participação) que manda a Sociedade da Justiça da América para prendê-lo antes que seu rastro de destruição aumente.
O Adão Negro de The Rock funciona, mas é mais por toda a presença e carisma de seu ator do que pela história em si, posso dizer o mesmo da Sociedade da Justiça que é mais um trabalho burocrático de colocar um obstáculo a ser passado antes do vilão final, com algumas linhas de dialogo dando detalhes de suas origens pra assim comprarmos que eles são os bonzinhos. Os Demais coadjuvantes perdem por não esconder as engrenagens do roteiro manipulando cada ação deles.
Destaque para o Gavião Negro de Aldis Hodge e o Sr. Destino de Pierce Brosnan cujo o visual esta bastante fiel as HQs, ambos trazem as melhores cenas do filme nos confrontos com Teth-Adam, ao mesmo tempo que conseguem dar aos personagens as camadas que o roteiro não conseguiu.
O Melhor do filme são as cenas de ação, a primeira aparição do Adão Negro é brutal e mostra porque The Rock é o cara certo para esse papel, cheio de imponência e arrogância. A luta com a sociedade da Justiça traz o ápice visual do filme, em efeitos e em coreografia, apesar do excesso de câmera lenta que possa incomodar alguns. O final é o ponto mais baixo do filme, infelizmente pelo excesso de CGI e seu vilão principal, com motivações cartunescas e sem nenhuma substancia, em resumo ele quer dominar o mundo.
A Trilha Sonora de Lorne Balfe traz tons épicos ao longa, com características principais de filmes desse gênero mescladas a algumas batidas atuais que se encaixam bem ao longa, já as músicas que tocam durante o filme muitas vezes soam desnecessárias como Power de Kanye West e Paint It, Black dos Rolling Stones.
Em Resumo, Adão Negro é mais um filme que segue essa fórmula básica do cinema de super-heróis. Não é ruim a ponto de agredir o espectador que só quer assistir a um filme de ação divertido, mas no fim temos mais um produto clichê com suas complexidades sendo resumidas em frases expositivas, cenas de ação decentes, mas não memoráveis e aquele gosto de que dava pra ter sido muito melhor.
Nota: 3/5
Leia Tambem: Batman – Critica (Sem Spoilers)