Criação de Cenário – Deuses e Fé

Criação de Cenário - Deuses e Fé

Saudações, criadores! Na Criação de Cenário de hoje, falaremos sobre religião, deuses e a fé envolvida nesses temas. A maior parte dos cenários de RPG medieval possui grandes panteões de deuses e divindades diferentes, e as regras de cenário sobre tais entidades varia muito.

Criação de Cenário - Deuses e Fé

Para começar, é interessante apontar como essa edição da Criação de Cenário poderia ter sido tanto a primeira quanto a segunda edição (mas é a terceira). Isso vai variar de quanto os deuses são ou não importantes no seu mundo.

Existem duas principais vertentes para divindades: os mortais precisam das divindades ou as divindades precisam dos mortais. Muitas vezes, essas vertentes se misturam, como em Forgotten Realms, principal cenário de Dungeons and Dragons: Existem deuses que vivem desde a criação, sendo entidades poderosas que ajudaram o universo a ser criado. Outros apareceram então vindo dos conceitos mortais personificados. Quando Tyr passou a existir, era porque o mundo precisava de um símbolo personificado da justiça.

Criação de Cenário - Deuses e Fé

Mas ao mesmo tempo, esses deuses precisam da fé dos mortais para se manterem vivos. A energia vital de um deus vem daqueles que tem sua fé nele. Se do dia para noite todos esquecerem de um dos deuses, ele poderá deixar de existir. [Spoiler de A Deusa no Labirinto e Tormenta no resto do parágrafo] Glórienn, a deusa dos elfos de Tormenta, sofreu esse final no romance A Deusa no Labirinto. Todos seus fiéis deram as costas para a deusa, que perdeu seu poder como divindade. [Fim de Spoiler]

Deuses possuem portifólios e até mesmo hierarquias entre eles. Vários cenários apresentam os deuses todos como iguais perante uns aos outros, mas essa é a minoria. O conceito de deus menor e de deus maior é muito usado nesse momento, e Dungeons and Dragons, por exemplo, tem uma escala muito mais ampla de hierarquia. Essa hierarquia serve para a manutenção correta dos portifólios divinos. Por exemplo, Kelemvor anteriormente era deus dos mortos. Myrkul, deus da morte, tinha poder sobre Kelemvor por ser uma divindade maior e seu portifólios cobriam os mortos assim como Kelemvor. Com a morte de Myrkul, Kelemvor recebeu os portifólios para ser o novo deus da morte.

Quando criando divindades para o seu cenário, você precisa ter em mente como elas funcionam e como algo passa a se tornar uma divindade. Em quase todos os cenários medievais fantásticos, um mortal pode se transformar em uma divindade caso haja fé o bastante nesse mortal. Em Theros, Xenagos se tornou o deus da celebração (brevemente) por conta de fiéis que o viam como seu deus.

Criação de Cenário - Deuses e Fé

Porém, em cenários medievais mais voltados para a realidade, é interessante que o poder dos deuses não seja diretamente provado. Em Crônicas de Gelo e Fogo, existem vários panteões de deuses, como o Deus Afogado, Os Sete, o Deus Vermelho, entre outros. A maior parte dessas divindades já proferiu algum tipo de milagre na história da saga (menos Os Sete), mas sempre de maneira muito delicada e discreta.

Suas divindades precisam de um motivo para ser e existir. Um deus da vassoura não sobreviria por muito tempo se depende-se de fiéis, por exemplo. Para os deuses que foram criados durante a criação do universo, é esperado deles um nível de poder maior que os outros. Para deuses com vidas mortais antes de suas apoteoses, é esperado um tipo de deus mais “bairrista” que se preocupa com os seus fiéis de maneira mais focada.

E é claro, falando em criação de cenários e focando no cenário medieval, a criação dos deuses está automaticamente ligada a clérigos, druidas, paladinos e todo tipo de personagem que usará o poder dos deuses para sobreviver. É importante, então, que cada deus do panteão se difira dos outros com suas características para que quando jogadores utilizarem do poder desses deuses, não terem a impressão que não importa qual deus eles estão seguindo, só importa o poder que eles oferecem.