Saudações aventureiros e criadores. Hoje temos o último capítulo da Criação de Cenário. Muito ainda pode ser dito no assunto, e com certeza iremos dizer mais sobre o assunto, mas não dessa mesma maneira. Quem acompanhou a Criação de Cenário até aqui definitivamente já é capaz de desenvolver o próprio cenário de maneira coesa, então considerem este um “capítulo bônus”.
Tecnologia e magia são o que definem o toque final da maior parte dos cenários. Desenvolvendo o funcionamento desses dois aspectos do mundo, é possível resumir toda a identidade do cenário apresentado.
Mundos altamente tecnológicos, como Shadowrun e Cyberpunk 20XX são famosos pelas mecânicas envolvendo armas e equipamentos que não são usuais para o jogador comum (é claro, se você for um militar jogando RPG, talvez você até esteja familiar com uma coisa ou outra). Shadowrun ainda tem um agravante a mais, pois ele mistura a magia com a tecnologia.
Magia pode muitas vezes ser descartada em cenários mais políticos, o que não é necessariamente bom. O aspecto sobrenatural das coisas funciona para responder questões que o autor não poderia responder usando tecnologia ou senso comum. Todos somos sempre bombardeados com exemplos de alta magia em mundos fantásticos, como Tormenta e Forgotten Realms.
Porém, o interessante de se observar é que não apenas alta tecnologia e alta magia criam um cenário. Baixa tecnologia e baixa magia também. E então, temos Pendragon. Para quase todas as pessoas que já jogaram Pendragon, o RPG que te coloca no meio das Crônicas Arthurianas, consideram este o melhor RPG que elas já jogaram. O nível de tecnologia do cenário é parco, com uma ambientação simulando a Europa do Século V, e a magia é sutil, muitas vezes invisível para os olhares não atentos.
Pode-se fazer grandes cenários com alta ou baixa tecnologia e magia, podendo variar entre eles. Note que, normalmente, em cenários onde a magia é mais poderosa que a tecnologia, é sempre justo adicionar como o viés tecnológico daquele mundo pode estar lutando contra esse avanço da magia. Num cenário onde a magia é mais difícil de ser dominada, a tecnologia prosperaria mais rápido. Não é errado dizer que onde a magia existe, a tecnologia muitas vezes tende a desacelerar. Um excelente exemplo disso é Harry Potter.
No universo de Harry Potter, nos é apresentado vários problemas cotidianos sendo resolvidos puramente com magia. Não existe motivo da sociedade bruxa desenvolver um lavador de louças automático, pois existem feitiços para esse fim. Ao mesmo tempo que nenhum bruxo das trevas utilizasse de armas de fogo, pois consideram que suas capacidades mágicas são o bastante para causar as mortes necessárias para concluir seus objetivos.
Mas, para quem pretende misturar magia e tecnologia, Eberron é um cenário maravilhoso para ser estudado. Prostéticos de Eberron muitas vezes misturam engenharia mundana com conhecimento mágico para se adaptar aos seus utilizadores. Grandes linhas de metrô super rápido se espalham por todo o cenário, novamente misturando engenharia com magia. Isso também pode ser visível em Ravnica e em Azeroth.
A magia pode muito bem ser vista como um tipo de tecnologia ainda não explicada. No Universo Cinematográfico Marvel somos expostos a grandes poderes tecnológicos, com a armadura do Homem de Ferro em Guerra Infinita sendo quase um Deus Ex Machina para qualquer desafio exposto, mas também temos Doutor Estranho no mesmo filme usando o arcanismo em luta tão habilmente que nos deixa na ponta do assento, provando que sim, tecnologia e magia podem lutar do mesmo lado num cenário bem desenvolvido.
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