Quando um filme sobre a Primeira Guerra Mundial ganha o oscar de efeitos visuais concorrendo com Vingadores Ultimato, é o sinal para que dê atenção para este filme, 1917 relata de forma deslumbrante o terror, panico e desespero da Terra de ninguém de forma a deixar qualquer um desnorteado com a realidade daquele tempo. O filme conta sobre dois amigos, soldados da trincheira, jovens demais para guerra, como quase todos que lá estavam, em mais um dia naquela terra desolada recebem a missão de entregar uma mensagem para cancelar um ataque do outro lado do front, se não conseguissem cancelar o ataque um batalhão inteiro seria massacrado e entre eles o irmão de um dos jovens.
Terra de Ninguém
Durante a guerra de trincheiras o espaço entre o front aliado e o front inimigo não pertencia a nenhuma potencia militar, ganhando o apelido de “No man’s land” ou na nossa lingua, “Terra de ninguém”, um lugar que independente do que tenha sido um dia, se resume a túneis, trincheiras, poeira, sangue e corpos, um lugar onde comandantes enviavam soldados para morte certa por apenas algumas posições taticas que provavelmente seria perdida futuramente e reconquistada, em um ciclo viciante de morte em vão, nesse lugar, pessoas morriam de enfermidades, bombas, tiros, quando não se matavam ou morriam tentando fugir, 1917 nos mostra de perto e em detalhes o terror desse lugar. Vale comentar que tem uma cena que um soldado se pergunta enquanto encara a terra de ninguém “Lutamos por isso?Porque não deixamos que fiquem com isso e voltamos para casa?”
Amizade
O filme em nenhum momento relata os dois protagonistas como grandes amigos de longa data, mas acompanhamos, na verdade eles se conhecendo aos poucos durante o filme e em um ritmo que não te deixa enjoado ou que te encha de informação, apenas duas pessoas que sabem que podem não voltar da missão, demonstrando que uma amizade pode ser criada se muito esforço, quando as preocupações são outras, vemos um teor solidário na ação de cada um deles entre eles, o que marca bastant o desespero e medo da morte na guerra.
Tempo
O diretor Sam Mendes queria fazer questão que sentissimos na pele o desespero e urgÊncia dos personagens de forma que o o tempo no decorrer do filme não tem pausas ou saltos no tempo, é uma grande cena sem cortes correndo contra o relogio para salvar vidas, dessa forma voce se pega como se fosse mais um nessa missão torcendo para que nada dê errado e salvemos todos, é muito grande a chance de se sentir na necessidade de susurrar em momentos furtivos, ou de pular em momentos tensos, a imersão na história foi levada a outro nivel durante a trama.
Trilha Sonora
Existe algo maravilhoso na fantasia que são as canções, elas te prendem, passam sentimentos, contam histórias incriveis, e elas também são presentes na realidade, era comum que alguns soldados que na verdade queriam seguir carreiras de cantores ou astros fossem obrigados a servir, matando o tempo em meio ao inferno que estavam com canções sobre os amigos caidos, ou sobre a terra que sentem falta, e em 1917 um pausa é feita para ouvir o eco de um soldado cantando, e é como se todos nós durante o filme fizessemos essa pausa junto com eles, sobre essa cena foi bem comentado veteranos de guerra chorando nela no cinema, nos faz pensar como realmente foi algo profundo na humanidade a guerra e como a musica toca nesse lugar bem fundo.