Já pensou em ter a experiencia de jogar aquele RPG que você tanto gosta sem nenhuma dificuldade em entender o que o livro do mestre diz por estar em outra língua? A editora Huggin & Muninn pensou nisso e nos proporcionou um acesso livre a alguns sistemas de RPG estrangeiros completamente traduzidos.
Fundada em 2018 a Editora Huginn e Muninn nasceu do desejo e necessidade, de narradores e jogadores, de sistemas Role Playing Game(RPG) inovadores, diversos e em nosso idioma.
O objetivo, segundo eles, é trazer cada vez mais sistemas traduzidos para o público se esbaldar em diversas realidades, mundos, reinos e etc.
Tiramos um tempinho para conversar com Rogério Lobo,35, o fundador da Editora para sabermos um pouco mais sobre toda essa ideia:
Muito obrigado por disponibilizar seu tempo para falar um pouquinho com a gente do Blog da Taverna. Bom acho que o ideal é uma breve apresentação.
Assim como o público, eu não te conheço, eu conheço um pouco do seu trabalho mas não o Rogério em si. Você poderia fazer uma breve apresentação? Seu nome, idade, hobbies, essas coisas.
R: Sou o Rogério Lobo tenho 35 anos sou de São Paulo e sou desenvolvedor de software, tudo a ver com o ramo editorial (risos). Comecei a jogar RPG bem cedo com meus primos lá no meio dos anos 90, que se tornou um dos meus principais hobbies o outro era desenho, hoje eu fico só pintando miniaturas (risos). Em 2018 eu tive a ideia de trazer jogos de RPG para o Brasil com uma temática mais de horror por ser um gênero que eu curto muito e por ver que o mercado de RPG aqui no Brasil não tinha muitos jogos desse gênero.
Que legal desenvolvedor de Software, o que te levou para o outro lado da curva? (risos)
R: Eu sempre gostei dessa parte visual de ir lá e mexer nos livros (risos). Quando era mais novo cheguei a fazer um curso de Design Gráfico, que nunca tinha usado o conhecimento que adquiri na época. Acho que o maior motivo mesmo foi querer ver o pessoal tendo acesso a vários jogos diferentes, ai deu o 5 minutos de loucura em fazer tudo isso.
Nossa maravilha! (Risos). Sem esses 5 min de loucura muita gente nem ia saber que existe outros sistemas além de D&D.
Como a ideia da editora surgiu? E o nome, são sobrenomes ou nomes fantasia?
R: O nome da editora eu peguei de outra ideia que eu tive com um amigo de faculdade a gente ia abrir uma software house que levaria o nome dos corvos de Odin Huginn & Muninn (risos). Mas acabamos desistindo da ideia pois nenhum dos dois estavam com tempo para se dedicar a ideia. Ai falei para ele que eu ia usar o nome na Editora e ele ficou empolgado.
Nossa que legal, eu nem sabia que eram nomes de corvos. Você abriu a editora junto com esse amigo?
R: Infelizmente não, acabou que ele estava muito corrido tinha acabado de casar e já estava para chegar o filho dele, imagina a correria dele.
Então você abriu a editora sozinho e depois foi contratando pessoal? Como que foi isso?
R: Isso no começo era só eu, depois eu tive a ajuda de várias pessoas até chegar na equipe que temos hoje.
Entendi. A editora nasceu graças a uma vontade de explorar e ter mais jogos disponíveis e traduzidos aqui no país correto? Houve algum jogo/sistema em especial que fez essa vontade surgir?
R: O jogo que eu mais queria ver em português era a edição de 20 anos do Vampiro. Com a ideia de tentar trazer ele surgiu a Huginn & Muninn, óbvio que eu não tive resposta sobre o V20 (risos). Eu comecei a ver a quantidade de material que tem tanto no Brasil quanto fora que ninguém conhece, então a vontade aumentou (risos). Mas aí eu lembrei de um jogo que eu amava jogar, e tratei de ir atrás dele demorou quase 4 anos para conseguir ele.
Nossa e que jogo era esse?
R: In Nomine Satanis / Magna Veritas.
Nome interessante (risos), mas então, como foi o início desse projeto? Foi difícil se estabelecer no mercado e encontrar o público alvo?
R: Foi e ainda está sendo, nosso primeiro projeto foi o jogo Infected, que acabou não alcançando a meta base do Financiamento coletivo. Foi a primeira vez que eu tentei lançar um jogo então imagina que a campanha não estava aquela maravilha (risos).
Vários erros de principiante.
Já no segundo projeto o Xas Irkalla tivemos a ajuda do Pablo e do Geliard da Craftando Jogos, eles me ajudaram a montar do jeito certo a campanha de Financiamento. Então começamos a fazer a divulgação com a ajuda do Lukas Malk e o público que estava órfão de jogos de Horror viu que tinha uma editora nova que estava trazendo uns jogos bem doidos e diferentes.
Sobre os sistemas que vocês trazem. Qual dos sistemas que a editora traz você acredita que tenha mais destaque, tanto entre o público como para vocês mesmo?
R: Acho que seria o Xas Irkalla pois ele e bem pesado. Temos tido bastante feedbacks e uma procura dele. Hoje também tem crescido a procura pelo Little Fears que está em Late-Pledge. Mas aqui na Huginn damos o mesmo destaque a todos os jogos.
Vi que no seu site existem alguns livros disponibilizados gratuitamente e outros que são cobrados. Como que funciona esse financiamento coletivo que vocês propõem no site e Instagram?
R: Os livros gratuitos em nosso site são os fastplays dos jogos que estamos trazendo e uma forma do pessoal experimentar o jogo antes de comprar ou apoiar ele pelo Financiamento. Os Financiamentos a gente realiza pelo Catarse que é uma plataforma que a comunidade já está acostumada.
Nossos Financiamentos são maneiras de viabilizar o jogo aqui no Brasil, com isso tentamos reduzir os custos da produção do jogo.
Uma curiosidade, você faz parte dos jogadores ou dos Mestres de RPG? Qual seu sistema favorito de Mestrar/Jogar?
R: Faz alguns anos que eu não sei o que é narrar (risos) mas estou tentando voltar. Meus sistemas preferidos são Vampiro, Wraith e INS/MV. Jogar eu cheguei a jogar com o pessoal da OrgumRPG que foi incrível. Nesse momento estou tentando montar uma mesa de Vampiro para voltar a narrar se o pouco tempo livre que tenho permitir.
Agora para finalizar, quais são suas expectativas para o futuro tanto da editora como para o mundo de RPG em si?
R: Minhas expectativas para a Huginn é conseguir lançar todos os jogos que temos em nosso catálogo e que a comunidade possa se divertir muito com eles. Sobre o RPG em si esse ano e os próximos vão estar recheados de lançamentos incríveis tanto de jogos gringos como nacionais que estão crescendo muito na comunidade. Espero que todos consigam aproveitar ao máximo os jogos.
E para quem curte jogos com protagonistas sendo crianças não deixem de conferir a Late do Little Fears!