“Dê um trocado para o seu bruxo, oh vale abundante”
Sim, para explicar a origem das classes: “bardo” vamos começar com essa frase que quase todos conhecem graças a série The Witcher — Adaptação da Netflix da famosa saga de jogos (que inclusive é inspirada no livro O Último Desejo e parte da trama de A Espada do Destino da autora Andrzej Sapkowski).
Quase todos conhecem essa música mesmo sem ter assistido a essa série e Jaskier ( Dandelion nos games) o bardo da trama, ficaria muito feliz em saber disso.
Bardos são uma classe de RPG muito utilizada, por exemplo, em Dungeons & Dragons ou o famoso D&D e se caracteriza basicamente por utilizar seus dons artísticos para fins mágicos, na grande maioria bardos tocam instrumentos como o alaúde, harpas, bandolins ou flautas e utilizam desses instrumentos para contar histórias em forma de poesia ou música.
Os bardos na época medieval eram responsáveis por transmitir oralmente histórias, mitos, lendas, poemas, transformando a história do seu povo em belas músicas ou poemas recitados. Na época a escolaridade era baixa, então para ser mais acessível fazia sentido que as histórias fossem repassadas oralmente fazendo com que todos sem exceção conhecessem as aventuras e histórias de sua nação.
Lembra quando eu disse que Jaskier ficaria feliz em saber que sua canção está famosa? Pois é, quanto mais sua história for conhecida mais prestígio eles ganham com outros da mesma classe e por esse motivo podem ser fiéis acompanhantes de um herói numa aventura, mas também podem se virar para o lado do vilão, de acordo com o que render uma história melhor, demonstrando que eles não têm um posicionamento sobre alinhamento.
Em alguns jogos existem as versões femininas dos bardos, as odaliscas (dancers) que usam os poderes das danças ao invés dos poderes dos cantos.
Ah, mas espera aí, então bardos são apenas cantores? Não! É muito comum que bardos sejam confundidos por viverem da gratidão da audiência, mas não é todo bobo da corte saltitando ou um menestrel cantando em uma taverna que pode ser considerado Bardo. Personagens dessa classe acreditam no poder da palavra, para eles as palavras e músicas têm um poder próprio.
Dizem que o multiverso foi criado a partir da palavra, que as palavras dos Deuses o formaram e os ecos dessas Palavras de Criação primordiais ainda ecoam através do cosmos. O que os bardos fazem é tentar capitar e aproveitar esses ecos, que são colocados em suas músicas de uma forma sutil através da magia que eles possuem.
É preciso muito estudo para descobrir essa magia e é necessário um pouco de talento natural, o que a maioria dos trovadores e malabaristas não possuem, além de terem uma imensa versatilidade o que proporciona proficiência em tudo o que realmente quiserem dominar.
Suas magias vão de ilusão até atordoar inimigos, podem enfeitiçar pessoas, fortificar suas armas, armaduras, encorajar os heróis da aventura entre outras coisas.
São nômades e dificilmente param em um lugar por muito tempo, por esse motivo possuem muito conhecimento e informações adquiridas nessas andanças pelo mundo, tornando-os importantíssimas fontes quando necessário.
Uma curiosidade é que essa classe possivelmente pode ter sido inspirada pelo conto do Flautista de Hamelin, em versões antigas era parecido com um Fili Celta ou um Escaldo Nórdico e os personagens podem ter como inspiração Taliesin, Homero entre outros.