É incrível como todo ano que passa eu percebo o quanto eu evoluo de um ano para o outro. Esses dias eu pensei em como hoje em dia eu técnicas e mecânicas dentro da minha mente para aplicar várias cenas diferentes nos meus jogos de RPG.
É claro, eu mestro literalmente todas as noites, sistemas e cenários diferentes uns dos outros. Eu estou exposta diretamente com muita informação narrativa e muitas tomadas de decisões que apenas alguém que está mestrando sabe entender o que é. E eu relembro como ano passo, eu tinha esse mesmo sentimento de “nossa, eu mestro hoje em dia muito melhor do que eu mestrava ano passado”. Isso significa uma (entre várias) coisas: mestrar leva prática.
Agora levamos isso um pouco para o passado. Minhas primeiras mesas de RPG eram praticamente cópias de mesas que eu já tinha visto em streams ou no Nerdcast. Quase que ponto por ponto. Mas existiam assuntos que, principalmente na minha adolescência, eu não gostava tanto, nem me prestava a querer aprender sobre. Histórias que para mim não eram tão interessantes eram mudadas. Eu passava então a inventar aventuras, além de só copiar as que eu gostava.
Eu mestro a pouco mais de oito anos, o que é pouco ao se comparar a mestres de streams, mas mesmo assim, todos os meus jogadores sempre me exclamam como uma boa mestra, porque mestrar é prática.
Muitas pessoas já pensaram em mestrar o jogo. Poderia ser ousada o bastante em dizer que mais da metade dos jogadores de RPG já pensou em ser mestre. E muitos realmente se tornam mestres, mas o problema é com aquele grupo que quer mestrar, mas não mestra. O principal motivo é o que eu já falei até agora: mestrar leva prática.
É muito normal que alguém que deseje ser mestre tenha medo de começar por causa do comparativo. Quando eu digo que quase oito anos de experiência é pouco, é porque nos servidores da vida que encontramos, vemos mestres com muito mais experiência. Quando assistimos as lives, também vemos mestres veteranos, muitas vezes pessoas muito mais próximos dos seus anos dourados que nós, que têm a idade de um adolescente de experiência. Isso dá medo.
Mas a realidade (ou uma delas) é bem mais simples: todo mundo sabe mestrar RPG.
Chegamos à frase título, mas o que ela significa? Mestrar RPG é mais que conhecer sobre mecânicas ou narrativas, é sobre contar histórias. Propor ideias. Mostrar caminhos. E isso todas as pessoas do mundo sabem fazer. É justamente um dos pontos mais fortes da humanidade a nossa capacidade de comunicar experiências, verdadeiras ou não. O problema vive na experiência.
Chegamos então no segundo problema: a primeira mesa de RPG sempre será horrível.
Mas é claro que ela será horrível, mestrar leva prática. Mas não tem nada de errado em mestrar mal. Não tem nada de errado em não conhecer de narrativas ou mecânicas super imersivas e disruptivas. A única coisa que separa um bom de um mal mestre é a experiência. Obviamente, uma pessoa pode “melhorar sua mestragem” lendo matérias, vendo streams, ouvindo podcasts, e sem dúvida isso tudo ajuda muito, mas acima de tudo, para mestrar bem, é preciso mestrar.
Então mestre! Experiência leva a perfeição. Dizem que você precisa de 10 mil horas fazendo uma coisa para se tornar um especialista. Eu mestro relativamente bem, e fazendo as contas, devo estar chegando só na metade dessas horas. Hoje em dia, com aventuras prontas cada vez mais interessantes, eu diria que um bom começo sem dúvida seria esse. Ler outras matérias sobre RPG também é muito útil, streams têm sido cada vez mais comuns e frequentes (além de importantes para os cenários oficiais).
E se aventure por esse mundo! Não tenha medo.