Você possivelmente está se perguntando o que raios são firbolgs e porque você deveria se importar. Está tudo bem, eu entendo, eu já estive nessa situação. Muitos jogadores de Dungeons and Dragons não sabem o que é um firbolg porque a maior parte dos mestres também não sabe. Não é uma criatura famosa como um dragão ou icônica como uma hidra. Apresento-lhes algo que ainda não conhecem!
Firbolgs são pseudogigantes. Segundo a terminologia de Reinos Esquecidos, um pseudogigante é um monstro que entra na categoria de “Gigante” segundo o livro de monstros, mas não participa das castas e clãs dos “Gigantes Verdadeiros”. Eles são grandes, medindo entre dois metros e dois metros e meio, tem a pele levemente azulada, orelhas pontudas e um nariz avermelhado.
Porém essa nem sempre foi a aparência. Da primeira edição até a quarta, Firbolgs eram vistos como gigantes extremamente humanoides, sendo versões de três metros (e não dois) de seres humanos barbudos e fortes. Chamar os Firbolgs da quinta edição, a edição atual, de pseudogigantes também não é necessariamente correto, pois eles perderam a categoria de “Gigante” para serem “Humanoide”, se tornando uma raça jogável
O que aconteceu com os firbolgs foi algo praticamente inédito com uma raça. Quase que coletivamente, firbolgs passaram a ficar na Feywild e absorveram as características daquele ambiente. A Feywild é um outro plano, conectado a Toril, o plano onde se passa a maior parte dos jogos. Ela é um eco do plano de Toril, porém habitado e encantado pelo poder das fadas. Criaturas que ficam muito tempo lá se desenvolvem de maneiras diferentes, tentando imitar o ambiente. Desta forma, firbolgs diminuíram, ficaram levemente mais fracos, porém tiveram suas capacidades mágicas aumentadas. Firbolgs são a melhor mistura entre gigantes e fadas.
Firbolgs costumam a viver a vida em isolamento, se escondendo na floresta em poderosas fortalezas, com grupos de oito a dez firbolgs por assentamento. Quando alguém se aproxima do território, os gigantes feéricos usam magias de ilusão e encantamento para fazer o ambiente parecer desagradável para o invasor, e fazê-lo querer ir embora. Caso isso não funcione, firbolgs irão se aproximar educada e pacificamente, pedindo que o transgressor vá embora. Se isso também não funcionar, não restarão opções além do combate físico.
É impossível falar sobre os firbolgs sem mencionar O Código. O Código representa um conjunto de mandamentos que são conhecidos pelos firbolgs desde o dia de seu nascimento. Todos os firbolgs carregam O Código consigo de uma maneira ou de outra, com alguns escrevendo em pequenos papeis e os guardando em medalhões, e outros ainda tatuando o código em seu peitoral. Todos firbolgs entendem que O Código é o que mantém a comunidade unida e forte, apesar de cada um deles poder ter uma visão diferente d’O Código
O Código possui cinco mandamentos:
Bravura, esforço e honra além do nascimento
A honra da tribo acima da sua
O sangue do fraco é o sangue de um rei
Dê mil por nada
Verdade é a honra da tribo
Cada mandamento possui um significado maior por trás de si, considerando que são frases extremamente vagas e completamente fáceis de se perder no meio de interpretações.
O primeiro mandamento representa como a origem das criaturas não deve influenciar seu caráter. Qualquer criatura, não importando seu nascimento, pode ser digno de honra por ser esforço e sua bravura. Firbolgs nasceram da traição de uma das deusas do panteão gigante, e por conta disso, este mandamento é o primeiro, mostrando que não importam as origens, o que importa é o que cada um faz com as próprias oportunidades.
O segundo mandamento explica muito bem a maneira humilde que os firbolgs agem em meio de outras criaturas. Um dos gigantes feéricos jamais assumiria a honra completa por um ato heroico, mesmo se teoricamente tenha feito tudo sozinho. Toda a honra conquistadas, toda a bravura vem da tribo, e toda a honra é da tribo. Um firbolg aventureiro comumente irá dizer que seu grupo é tudo para ele, e que sem cada um de seus integrantes, ele jamais teria chegado onde chegou.
O terceiro mandamento volta a falar sobre preconceito. Uma das frases mais confusas d’O Código representa que todos são iguais. O sangue corre por todos, sejam fracos ou sejam reis, e por conta disso ninguém deve ser menosprezado. Muitos firbolgs ainda interpretam esse mandamento de maneira a dizer que não existem fracos, pois todos podem ser bons em alguma coisa.
O quarto mandamento é também o mais simples. Firbolgs são caridosos por natureza, mas não se vangloriam por isso. Ser recompensado em troca de atos de bondade corrompem a honra. Por conta disso, é extremamente raro ver firbolgs aceitando recompensas. Quando o fazem, normalmente possuem razões além das monetárias, como precisar da recompensa para ajudar a tribo.
O último mandamento representa a honestidade. Firbolgs não mentem. A mentira corrompe e destrói a honra da tribo. Por isso, firbolgs sempre falam a verdade. E não apenas falam a verdade, mas toda a verdade. Os gigantes feéricos não escondem seus sentimentos e seus medos, sendo extremante sinceros perante todas as criaturas.
Firbolgs são criaturas extremamente interessantes, e é muito triste que pouquíssimas pessoas saibam mais sobre eles. O livro Volo’s Guide to Monsters (Guia para Monstros do Volo) possui traços de raça para Firbolgs, tornando a raça jogável pela primeira vez. A raça vale muito a pena para quem quer um tipo de interpretação diferente, além de ser excelente para o mestre criar tramas e enredos que não precisem envolver combate físico.